Se existe um termo do mundo das finanças ao qual os brasileiros se habituaram é a Selic. Ouvimos durante muitos anos que os altos níveis da Selic eram ruins para as empresas e para o ambiente de negócios como um todo. No entanto, esse cenário vem mudando e, em junho de 2019, o Copom (Comitê de Política Monetária) reduziu essa taxa para 2,25% ao ano, o menor patamar da história.
Neste artigo vamos ver com mais detalhes o que é essa taxa, como ela é definida e quais são os impactos da redução da taxa Selic para as empresas. Acompanhe!
Vamos ver os principais mais adiante, mas antes é preciso entender como ela é definida e o que é levado em consideração para isso.
Quem define a Selic, como adiantamos acima, é o Copom, um comitê do Banco Central composto pelo presidente e pelos diretores da autoridade monetária. Eles se reúnem a cada 45 dias, somando 8 encontros por ano. Essa reunião dura dois dias, começando sempre em uma terça-feira e terminando na quarta-feira.
No primeiro dia, os participantes assistem a apresentações do corpo técnico do BC sobre a economia mundial e brasileira e, no dia seguinte, avaliam as perspectivas para a inflação, tomam a decisão de qual será a taxa de juros que valerá para os próximos 45 dias e divulgam a nova taxa Selic. Na terça-feira da semana seguinte, é publicada a ata da reunião, que mostra os motivos que levaram àquela decisão.
Veja abaixo o calendário programado para as reuniões do Copom em 2020:
Enquanto escrevemos este artigo, o boletim mais recente é do dia 16 de dezembro de 2019, que mostra que a mediana das expectativas dos analistas para a Selic para o fim de 2020 é de 4,25%, ou seja, 0,25 ponto percentual menor do que o patamar vigente.
É importante destacar que essas projeções podem mudar de semana para semana, conforme se alteram as condições da economia.
Por isso, para que os bancos e instituições financeiras considerem que vale mais a pena fazer qualquer outra coisa com o dinheiro que não deixar aplicado em títulos públicos, ele tem que receber mais por isso, ou seja, cobrar juros mais altos.
Assim, quando o Banco Central decide subir a taxa de juros, ele retira dinheiro da economia, já que as instituições financeiras preferem deixar o dinheiro aplicado ali, com rendimento alto e baixo risco.
Por isso, emprestam menos para as empresas e, quando emprestam, cobram juros mais altos. Isso é uma forma de desacelerar a atividade econômica e, por consequência, conter a inflação, já que a demanda diminui. O raciocínio inverso também funciona.
Com isso, os títulos públicos ficam menos atraentes e os bancos precisam encontrar outras formas de ganhar mais.Assim, têm mais dinheiro disponível para emprestar para as empresas e a uma taxa de juros menor. Crédito mais barato e mais disponível, tanto para empresas quanto para pessoa física, significa mais dinheiro circulando e, portanto, um incentivo para o aquecimento da economia.
Como você já deve ter deduzido do tópico anterior, a taxa Selic funciona como uma referência para as taxas de juros dos empréstimos e financiamentos. Quando ela cai, as demais taxas acompanham a mesma tendência.
Como o risco de a empresa não pagar é bem maior do que o de o governo dar o calote, os juros são mais altos para compensar esse risco. A taxa de juros que será oferecida para a sua empresa vai depender muito da análise de risco individual, que leva em conta a sua documentação, como seu histórico de pagador, seu plano de negócios e o fluxo de caixa da sua empresa.
Assim, além de entender os impactos da redução da taxa Selic na economia e no cenário de concessão de crédito para as empresas, é preciso que você esteja atento às especificidades do seu negócio, tendo pleno conhecimento tanto da situação financeira atual da sua empresa quanto das projeções futuras.
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